Basta uma rápida olhada nos jornais e você verá que muitas empresas estão passando por um momento de dificuldades, tudo isso porque o Brasil passa por uma recessão econômica.

Por isso é importante que todo empreendedor tenha noções básicas de macroeconomia e como isso impacta a sua empresa.

O que é macroeconomia?

Macroeconomia é um campo de estudos, ligado ao conhecimento econômico.

Tem como objetivo entender os aspectos que influenciam uma economia nacional e regional, ou seja, os conjuntos de fatores que intervêm na economia de um país, por exemplo.

Macroeconomia é mais simples do que parece

Para que você comece a compreender quais são os fatores que determinam o sucesso, ou fracasso, da economia, é necessário primeiro perceber como a sociedade interage com relação a alguns aspectos, como capital, trabalho e bens e serviço.

Trabalho e Capital

Quando você contrata um colaborador, você faz isso porque precisa de sua mão de obra. Ela é essencial para que sua empresa desempenhe suas atividades. Mas ninguém trabalharia de graça. Por isso você oferece ao seu funcionário um salário.

Com esse salário, o seu colaborador irá comprar bens – como alimentos, roupas, medicamentos e etc.- ou adquirir um serviço, como um plano de saúde, por exemplo.

Desse modo, ao consumir esses produtos a demanda por eles pode crescer, ou diminuir, fazendo com que as empresas que os oferecem precisem contratar, ou despedir, pessoas.

Já deu para perceber como o trabalho é importante na macroeconomia, não é mesmo? Quando uma região enfrenta grandes taxas de desemprego isso é um indicador que o local não está bem economicamente.

Imagine uma cidade do interior com 5 mil habitantes. Nessa cidade existe uma pequena fábrica de calçados, que emprega 500 pessoas. Imagine que essa empresa decida, para cortar custos, se mudar para outra cidade. Com isso, 500 pessoas perdem o emprego.

Não serão apenas os funcionários dessa fábrica os afetados, mas também os comerciantes, que irão vender menos, com isso, eles também podem ter que demitir seus empregados, fazendo com que o número de pessoas desempregadas aumente.

Para melhorar esse cenário um outro fator surge: o governo.

Trabalho, Capital e o Governo

Continuando com o nosso exemplo, esses empregados, mesmo que despedidos não vão ficar sem renda imediatamente.

O Governo, por meio de suas políticas públicas, fará uma transferência de renda, ou seja, de capital, para alguns deles, por meio de programas como o seguro desemprego.

Com isso, o impacto causado pelo encerramento das atividades da fábrica será amenizado por alguns meses, e os comerciantes ainda venderão.

Mas aí surge um outro fator envolvendo o governo. Da mesma maneira com que o Governo Federal está transferindo capital para os ex-funcionários da fábrica, a prefeitura está desesperada, porque sem a fábrica ela perderá muito da sua arrecadação em impostos.

A prefeitura precisa desse dinheiro para oferecer à população bens e serviços de forma gratuita, já que os habitantes da cidade também pagam impostos.

Investimentos e a macroeconomia

Mas nem todo capital será usado para aquisição de bens e serviços.

Vamos voltar ao nosso exemplo da nossa cidade fictícia, ok?

Durante muito tempo os donos da fábrica fizeram investimentos privados com o seu lucro, para aumentar o capital da empresa. Com isso eles queriam expandir a fábrica e acharam melhor trocar de município.

Eles encontraram uma cidade em que o prefeito garantiu a eles menos impostos. Além disso, o governo local prometeu que a principal estrada da cidade seria concertada, desse modo, ficaria mais fácil para a empresa transportar seus produtos.

Perceba que, assim como cidadão comum, as empresas também pagam impostos ao governo e recebem em troca serviços públicos.

Para cumprir essa promessa, o prefeito teve que pedir um empréstimo ao governo do estado.

Assim como todos nós, um governo precisa de crédito para conseguir um empréstimo, e deve fazer isso com responsabilidade, porque governos também pagam juros e endividam-se.

O papel dos bancos na macroeconomia

Antigamente, nos primórdios das civilizações, as relações comerciais se davam por meio da troca de mercadorias.

Com o passar do tempo surgiram as moedas cunhadas, que representavam valores e tinham aceitação oficial. Elas eram feitas de metais preciosos, como o ouro e a prata.

A preciosidades desses metais está ligada diretamente ao fato de sua extração ser difícil. Não havia – e ainda não há – ouro e prata de maneira abundante na natureza, de modo que, por esse motivo, esses metais tornaram-se símbolo de riqueza.

Tudo isso influenciou no modo com que realizavam-se os empréstimos. Quem emprestava precisava de uma garantia que o outro lhe devolveria o valor emprestado, assim, instituiu-se a cobrança de juros.

O empréstimo foi, portanto, um dos primeiros serviços bancários, junto ao fato dos bancos guardarem o dinheiro das pessoas.

Perceba que, para que alguém pegue dinheiro emprestado, é necessário que outra pessoa tenha guardado dinheiro, ou seja, tenha feito uma poupança.

É por isso que a poupança é um investimento. Você recebe da instituição financeira juros por deixar seu dinheiro guardado naquele banco.

Quando os bancos não vão bem a economia pode ser bem prejudicada. A crise mundial de 2008 é um bom exemplo disso.

Os bancos americanos facilitaram o acesso dos cidadãos ao crédito. Eles, por sua vez, começaram a comprar mais, principalmente imóveis.

A procura por casas fez com o preço aumentasse. Com o aumento de preço a procura por imóveis diminuiu, com isso aumentou a inadimplência, já que quem havia comprado uma casa, quando o preço estava em alta, recusava-se a continuar pagando uma hipoteca nessas condições, pois, agora o preço havia caído.

Quando as pessoas começaram a não pagar seus débitos, os bancos ficaram sem dinheiro.

O governo americano socorreu os banqueiros diversas vezes, injetando recursos nos bancos, mas a população não concordou em ver dinheiro público sendo usado para salvar os bancos.

O governo decidiu não intervir e o banco Lemahn Brothers quebrou, ele era o quarto maior banco de créditos dos EUA.

Oferta e demanda

A crise de 2008 é um exemplo de como funciona uma das leis mais simples da economia: oferta versus demanda.

Quando existe uma demanda maior que a capacidade de oferecer o produto a todas as pessoas que o desejam, o preço sobe.

Quando a procura é menor, e a produção é grande, uma maneira de conseguir vender essa produção é diminuir o preço e fazer com que, graças a um preço menor, a procura aumente.

Recessões econômicas também são impactadas por esse raciocínio. O Brasil é um grande produtor de matéria-prima, durante muito tempo a China era um comprador que exigia muito do Brasil, havia uma grande procura e o preço desse produto subiu.

Com a desaceleração do crescimento econômico chinês, a procura por produtos como minério de ferro, por exemplo, caiu. Assim, para continuar vendendo, países como Brasil e Austrália tiveram que reduzir os preços das chamadas commodities.

Expectativa: um fator importante na macroeconomia

Voltando ao nosso exemplo sobre macroeconomia, os moradores da cidade que enfrenta uma crise, devido ao fechamento da fábrica de calçados, estão pensando em vender suas casas e se mudar.

O prefeito está cogitando o cancelamento de algumas obras e os comerciantes adiando reformas e ampliações em seus comércios. A expectativa lá é negativa com o futuro.

Já na cidade que vai receber a fábrica, a expectativa é positiva. O valor das casas e alugueis subiu.Os comerciantes estão ampliando e contratando e o governo realiza obras.

Os executivos da fábrica também estão confiantes, afinal, agora eles poderão ter um prédio grande o suficiente para que possam exportar seus produtos. A expectativa deles é de grande crescimento para o futuro.

Macroeconomia e a sua empresa

Entender os fatores que influenciam a macroeconomia é fundamental para os empreendedores, afinal, sua empresa, você e seus funcionários fazem parte dessa rede que forma a economia.

Para lidar com grandes mudanças macroeconômicas, o empreendedor precisa acompanhar de perto ocrescimento do mercado no qual atua, mas também ter uma noção de como anda a economia de um modo geral.

Se você trabalha com importação de matéria-prima ou exporta seus produtos, é fundamental saber qual o cenário econômico do seu país parceiro.

Além disso, a confiança em um governo, ou em uma instituição bancária influenciam muito a economia.

Acompanhe o trabalho dos políticos e saiba como as associações de empresários da sua região estão avaliando as decisões dos governantes.

Mas o principal é que você tenha total controle sobre o seu negócio. Assim, em caso de mudanças repentinas, você terá como tomar a melhor decisão para a sua empresa. Não existe cenário econômico bom para empresários que não conhecem seu empreendimento.

Tenha em mente que a economia é cíclica. Hoje as coisas não vão muito bem, mas logo melhorarão e, no futuro, a tendência é de nova queda, dependendo da oferta e demanda dos produtos. Por isso, planeje-se para o futuro.

Você consegue informações valiosas nos sites oficiais dos governos, que costumam divulgar indicadores econômicos.

Fonte: saiadolugar.com.br

 

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